Bom, é hora de tirar a poeira...
Chega de postergar as linhas que pulsam para serem escritas.
Quase um ano desde as ultimas palavras escritas. Muitos acontecimentos depois, é hora de voltar a escrever.

Para iniciar com o pé direito, vou postar um poema de minha autoria... nada glamouroso, mas que retrata bem o momento que vivia quando o escrevi.

O Grito de Uma Alma

"Que crime terei eu cometido?" - pergunto-me
"Para estar aqui enclausurada
Nesta pequena e densa porção de carne?
Sufoca-me. Não consigo respirar este ar pesado e fétido.
Anseio por libertar-me
Correr pelos campos abertos,
Esticar-me, voltar à minha forma normal
Passar novamente por sobre tudo o que existe
E de cada coisa novamente 'roubar' um pouco da essência,
E com ela alimentar-me
Para continuar a crescer, até os confins daquilo que é...

Essa é a minha essência,
É para isso que existo,
Desde o mais remoto passado...

E não para viver enclausurada num
Corpo imperfeito e limitado.
Aqui posso apenas definhar.
Não consigo me alimentar.
Não consigo ser.

Que crime terei eu cometido?
Provavelmente horrendo
Pois tamanha privação só pode ser penitência para o pior dos crimes.

Porém, se for como dizem,
Que este pedacinho de carne que me aprisiona
É uma pequena parte de tudo o que existe,
Então, se eu for capaz de lhe encobrir,
Dela absorver a essência de todas as coisas,
Poderei considerar-me novamente livre,
Alimentada, plena,
Porque nele também estará contida a totalidade...

E tudo o que existe, existirá também dentro dele...
E de mim mesma."

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